sexta-feira, 12 de setembro de 1997

O DESAFIO DA MUDANÇA E DA INTEGRAÇÃO REGIONAL

Pela primeira vez em nossa história política a esquerda vai, efetivamente, disputar o poder em Mato Grosso do Sul. Não se trata mais de lançar cadidatos para acumular força ou simplesmente para eleger deputados. Essa etapas já estão cumpridas. A última eleição municipal, na capital, mostrou o inconformismo e o potencial renovador do eleitorado bem como os sinais claros de esgotamento da política tradicional.
No interior do Estado também pode ser sentida uma grande unidade da opinião pública
Em torno da idéia da renovação das lideranças políticas. Claro está para nós que a esquerda, sozinha, não pode se considerar dona desse sentimento. Nosso desafio é o de construir uma ampla articulação capaz de juntar lideranças representativas de um amplo leque ideológico, que vá do centro até a esquerda, para viabilizar a força político-eleitoral que nos credencie como alternativa de poder. Temos consciência de que esse bloco precisa ser maior do que a esquerda, mas também a convição de que ele não serrá capaz de renovar a política, se a esquerda dele estiver ausente.
Não deverá ser também um bloco ou uma frente contra quem quer que seja, mas sim uma alternativa nova, constrúida em torno de eixos programáticos claros e sintonizados com as aspirações da população. Eficiência e moralização do poder público, política de fomento ao desenvolvimento sustentado e compromisso com o resgate da dívida social são algumas dessas questões aglutinadoras.
Essa articulação, nascida no seio da esquerda, atrai a atenção e a simpatia de inúmeras lideranças políticas e deverá provocar, até o final deste mês importantes deslocamentos, rumo a esse campo, do que há de melhor na política estadual.
Não se trata de movimento para viabilizar uma ou outra candidatura pré-fabricada, mas sim uma articulação plural, capaz de trabalhar a unidade em torno do nome que melhor representar o sentimento de mudança da população e que tiver melhor competitividade eleitoral. Hoje o PT tem o nome do deputado Zeca. O PPS tem o nome de Carmelino Rezende, atual presidente da OAB. Muitas outras alternativas poderão surgir com as novas adesões aos partidos da nossa aliança, que inclui também o PSB, PV, PMN, PcdoB e PAN com possibilidades de vir a incluir ainda outros partidos democráticos.
Daí o desafio de dar uma abrangência estadual ao PPS e aos outros partidos do nosso campo. Os nossos esforços tem se dirigido, em especial, ao Bolsão, território onde toda a esquerda se encontra fragilizada no aspecto organizativo. A atual viagem do deputado Zeca do PT à região, prende-se também a essa realidade.
A geografia, a história, a economia e a tradição cultural tem afastado o Bolsão de uma integração maior à política estadual, situação inconcebível, principalmente na época da globalização e da comunicação instantânea. As novas condições de integração possibilitadas pela recepção local dos sinais da televisão sul-mato-grossense ajudam nessa integração.
Os moradores de Paranaíba, Cassilândia, Três Lagoas, Aparecída do Tabuado, Chapadão, Costa Rica e outros municípios terão mais facilidade para saber quem é quem na política sul-mato-grossense. Terão a possibilidade de constatar que existe em nosso Estado uma política de esquerda moderna, responsável e competitiva eleitoralmente. Perceberão que a mesmo sensação de se sentirem fraudados pela política dos velhos caciques, existe também em todas as outras regiões de Mato Grosso do Sul.
Frizamos também que o espaço aberto pela esquerda na região estará disponível às lideranças locais, que esperamos, cada vez mais integradas ao nosso esforço, inclusive com mandatos populares conquistados nas urnas de 98, para construirmos um outro destino político para Mato Grosso do Sul,

FAUSTO MATTO GROSSO

Presidente Regional do PPS