segunda-feira, 19 de fevereiro de 1996

CONJUNTURA E ELEIÇÕES

Estamos vivendo no País um momento de mudanças. As reformas propostas pelo governo e sustentadas no Congresso Nacional por uma folgada base parlamentar, não coincidem, em grande parte, com aquelas pelas quais, há muito tempo, luta o PPS. Muitas delas inclusive representam graves atentados a direitos sociais duramente conquistados.
Entretanto não há como fugir à agenda das reformas, pois não se fará qualquer mudança significativa no País, se não houver coragem para participar das discussões, questionando, debatendo, apresentando alternativas e cumprindo assim o papel histórico da esquerda. O papel que o PPS tem procurado desempenhar é o de um partido de oposição ao governo, mas que que mudar o Pais e a sociedade. Nesta medida não tem somado às iniciativas que tentam fazer coincidir a oposição ao governo com a oposição à qualquer tipo de mudanças, .postura essa que tem levado certos setores da esquerda a se confundir com forças conservadoras e imobilistas.
Desta forma, nossa pequena bancada no Congresso tem procurado apresentar propostas alternativas (como no caso da Reforma da Previdência), que possam ajudar a aglutinar a esquerda democrática e faze-la partícipe do processo de reformas.
Porém nossa grande debilidade, em termos de representação parlamentar e política, tem impedido que consigamos construir um pólo articulador da esquerda moderna e combativa e a partir dele aglutinar amplamente o campo democrático.. É com esta visão que enfrentaremos o desafio das eleições de 96. Nossa grande política, precisa de um grande partido, operando na sociedade e nos parlamentos.
Construi-lo a partir dos municípios, onde verdadeiramente ocorrem os problemas vividos pela população, é o desafio que lançamos aos companheiros reunidos no último final de semana.

FAUSTO MATTO GROSSO
Presidente do PPS/MS

12/02/96