PARTIDO POPULAR SOCIALISTA - PPS/MS
RESPOSTA
PARA O QUESTIONÁRIO DA ALUNA CRISTIANE
1
- PARA ONDE CAMINHA A HUMANIDADE ?
A
história da civilização, até o tempo presente, tem sido a
história da afirmação do homem sobre a natureza, através do
trabalho. A maneira como o homem produz, no fundamental, tem
determinado a maneira como ele se organiza em todas as relações
sociais.
Os
dois últimos séculos foram moldados pela revolução industrial,
salto importante na maneira de produzir, e viver, da humunidade. Da
revolução industrial surgiram as fábricas, o proletariado e o
reforçamento da burguesia como classe hegemônica. Igualmente
surgiram os sindicatos, os partidos operários, as revoluções
“proletárias”, e os estados socialistas.
Com
o advento da Revolução Técnico-Científica, caracterizada pela
aplicação, em altíssima escala, da ciência na producão
(informática, robótica, bio-engenharia, química fina, mecânica de
precisão, etc), estão sendo mudados, rapidamente, o modelo
produtivo e as relações sociais herdadadas da RI. Vivemos um
momento verdadeira crise de civilização, a crise do socialismo
“real” foi uma das suas faces. A civilização do trabalho
industrial está sendo sucedida por uma civilização pós-industrial
(“pós-moderna”), baseada no conhecimento e na informação,
novos ingredientes para a reprodução ampliada do capital.
Este
novo processo produtivo libera grande quantidade de força de
trabalho, fato esse que tanto pode ser auspicioso, ao liberar o homem
para o lazer, a cultura, etc, como pode vir a ampliar ainda mais a
exclusão social. Esta exclusão pode também tornar “descartáveis”,
países e regiões inteiras do planeta (é só ver a Äfrica).
Longe
de significar o “fim da história” esta fase que estamos vivendo,
prenuncia uma grande ampliação das lutas sociais e ideológicas.
2
- QUAL O PAPEL DA ESQUERDA NESTA NOVA ORDEM SOCIAL ?
A
esquerda tradicional, especialmente a socialista e a comunista, são
produtos políticos-ideológicos da Revolução Industrial. Enfrenta
ela hoje o desafio de identificar as contradições novas surgidas
com a RTC. Para isso precisa se livrar de vários dogmas que a nova
realidade e a crescente complexidade do mundo esgotaram.
O
compromisso com a democracia passa a ser uma exigência fundamental
para a sua sobrevivência. As novas contradições da sociedade não
podem ser reduzidas exclusivamente à luta de classes (que continua
existindo). Existe hoje um rol de questões novas, que exigem
articulações policlassistas e supraclassistas, tais como a questão
ambiental, as questões de gênero, as questões do poder local, etc,
para as quais a esquerda tem que ter propostas.
Em
nossa visão tradicional, estas questões eram consideradas menores e
a solução delas ficava sempre para depois da tomada do poder do
Estado. Tudo tinha que esperar a “revolução”, que estava
sempre no futuro remoto. Hoje tem que se entender a revolução como
um processo permanente e atual de rupturas parciais. Numa visão
moderna de esquerda, a sociedade solidária, livre, de igualdade de
condições sociais, com a qual sempre sonhamos, pode e tem que ser
plasmada no presente.
Continuará
existindo um papel para a esquerda que conseguir se reciclar. A
continuidade e a exacerbação da exclusão social garantirão a
continuidade do desafio da esquerda de lutar pela igualdade social
(ver Bobbio)
3-
QUE EFEITOS PRODUZIU NO MUNDO O FIM DO SOCIALISMO ?
A
existência de um “bloco socialista” condicionou a história o
Século XX. A par de grandes equívocos e enormes distorções
ocorridas, o mundo teria sido pior sem o “socialismo real”. A
sua existência favoreceu a derrota do nazi-facismo, ofereceu fortes
limitações às ações imperialistas, propiciou apoio à
descolonização de muitos países. Acima de tudo fortaleceu
política e ideológicamente a luta dos trabalhadores nos paises
capitalistas, propiciando conquistas sociais importantes. Entretanto
tal realidade se esgotou, pois também a “cultura socialista” era
fruto da “sociedade industrial” que entrou em crise
O
fim da guerra fria, ela própria tornada inviável pelo
desenvolvimento tecnológico, acabou com o equilíbrio bipolar. No
aspecto militar restou o poderio dos EUA que se impôs como potência
hegemônica e intervencionista (Iraque, Somália, caso Noriega, etc).
No aspecto econômico a distensão política facilitou a
multipolaridade e o desenvolvimento de blocos regionais.
A
auto-dissolução da União Soviética e a desintegração de muitos
países socialistas provocaram numerosas e sangrentas guerras locais.
A economia dessas regiões, longe de desenvolverem-se segundo os
padrões capitalistas, entraram em grandes crises.
A
derrocada do socialismo real seguiu-se uma profunda crise ideológica
no campo da esquerda. No seu processo de “reinvenção” a parte
da esquerda que se renovou, principalmente pela aproximação com o
compromisso democrático, começa a contabilizar vitórias
eleitorais, como recentemente na Itália, mas também na Polônia,
Hungria, Eslovênia, Letônia, etc.
Alguns
países “socialistas”, como é o caso da China e Vietnam, apesar
de não terem ainda enfrentado processos de democratização,
passaram a adotar sistemas mistos que denominam de “economia
socialista de mercado” e são considerados, em todos os
prognósticos, economias promissoras para a virada do século.
4
- NO BRASIL
O
PCB, fundado em 1922, a partir do final da década de 50, já havia
começa a sua aproximação com a via democrática para o socialismo.
O seu processo de ajuste à nova realidade do pós-guerra fria se
deu por transformações em sua linha política tendo como
referencias mais importantes o abandono do “marximo-leninismo”
como doutrina oficial, e o seu comprometimento com o princípio da
radicalidade democrática. Mudou seu nome para Partido Popular
Socialista.
O
PPS tem propugnado uma postura propositiva para a esquerda, como
maneira de enfrentar as reformas propostas pelo governo FHC. Defende
a reforma democrática do Estado, no sentido da sua desprivatização.
Desenvolve atualmente esforços na direção da criação de uma
nova formação política para a esquerda democrática, que reuna os
setores renovados da esquerda brasileira.
Em
nosso país a esquerda encontra-se representada por vários, reflexo
da complexidade crescente da sociedade brasileira. O PT, o maior
deles, foi menos afetado pela crise do socialismo, uma vez que sua
matriz ideológica era menos ligada à experiência do “socialismo
real”.
FAUSTO
MATTO GROSSO
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