ADUFMS, ÉTICA E POLÍTICA
Em
artigo no “ADUFMS na Hora” que antecedeu a eleição da
entidade, o professor Hemano Melo afirmou não ter sido “eticamente
correta nem quanto ao aspecto político, nem em relação à postura
sindical” a nova candidatura do Prof. Jesus Eurico, atual Diretor
do CCHS. Conclamou também à reflexão e à discussão sobre esse
assunto que poderia afetar o futuro do nosso sindicato.
Não
tenho nenhuma procuração para defender o Presidente da ADUFMS, nem
é minha intenção fazê-lo. Mas não posso ser indiferente ao
futuro do nosso sindicato e quero discutí-lo, exatamente à luz da
sua história recente, ajudado exatamente pela exposição
transparente da concepção expressa no artigo do Prof. Hermano.
Depois
de afirmar que a candidatura era anti-ética, sem conseguir alinhar
um único argumento nesse sentido, pergunta ele, a respeito da dupla
representação do Prof. Jesus Eurico, “como ser patrão em
empregado ao mesmo tempo?” Pede-nos também que imaginemos a
contradição de o Vicentinho ser também diretor da FIESP.
Nessa
reflexão o articulista abre o jogo e desnuda a essência de uma
concepção política que tem orientado nosso sindicalismo docente e
que talvez seja a causa de suas dificuldades atuais.
Reduzir
as contradições da Universidade às contradições de classe é uma
simplificação inaceitável. Trazer para o movimento, concepções,
prática, formas de luta e de organização nascida para enfrentar o
embate capital x trabalho só pode levar nosso sindicato ao
isolamento. Infelizmente isso tem acontecido e temos sido vítimas
do previsíveis resultados. É certo que essas contradições se
representam também na universidade, mas longe de serem elas que
estruturam a realidade, os alinhamentos político internos e o
cotidiano da Universidade.
Há
que se conseguir entender a natureza peculiar da instituição
universitária, entender suas contradições próprias, suas
nuances extremamente complexas. Aí sim conseguiremos ter uma boa
política sindical universitária, agregadora, efetiva, vitoriosa.
Este é o nosso desafio coletivo que ainda está em aberto.
No
seu artigo o prof. Hermano expressa ainda um enorme e inaceitável
preconceito contra o trabalho administrativo/institucional. Tivesse
valido o meu voto para Reitor, tenho certeza que ele, na Reitoria,
não representaria a “burguesia”.
FAUSTO
MATTO GROSSO (CCET/DEC)
Membro
do Núcleo Mário Schemberg (PPS/UFMS)
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