A QUESTÃO DA IDENTIDADE DA UFMS
(JORNAL
DA UNIVERSIDADE)
É
notória a nossa defasagem em relação, tanto às grandes
universidades brasileiras, como em relação aos desafios que são
colocados pelo desenvolvimento científico e tecnológico
contemporâneos.
A
primeira idéia que surge é a de procurar modelos bem sucedidos
desenvolvimento universitário. Essa via não nos serve. Os caminhos
que legaram à USP, à UNICAMP e alguns outros centros
universitários de qualidade são singulares. Essas Instituições
conseguiram aproveitar, e o fizeram bem, conjunturas específicas do
seu meio econômico-social e se tornaram peças necessárias do
processo de desenvolvimento nacional e regional. Essa experiência
sim é preciso apreender. A USP articulou-se com o processo de
industrialização-urbanização, a UNICAMP com a nova realidade
econômica-social da revolução tecno-científica.
Os
desafios que são postos hoje para a nossa Universidade não poderão
também ser enfrentados com uma política de simples crescimento.
Não basta aumentar o número de doutores, o número de trabalhos
publicados, o número de laboratórios, etc. Esse simples
crescimento, importante sem dúvida, será incapaz de nos transformar
em uma Instituição importante.
Imprescindível
perceber também que o alvo a ser atingido não deve ser a
equiparação com as Instituíções-paradigmas e sim conseguir
responder aos desafios concretos que são colocados pela realidade
envolvente, sempre dinâmica e cada vez mais requisitando a
informação e o conhecimento. Para qualquer planejamento estratégico
é imperioso Ter isso muito claro.
Em
sauna, temos que procurar o nosso caminho singular de desenvolvimento
universitário. Não podemos ser uma Universidade como outra
qualquer, até porque não o conseguiríamos. Em outros termos,
precisamos definir a nossa IDENTIDADE. Aí sim, poderemos dar saltos
da qualidade, efetuar rupturas, queimar etapas, obter e otimizar
resultados.
Dois
eixos parecem ser básicos na definição da nossa Identidade:
a)
para sermos viáveis precisamos transformar a UFMS em peça
necessário do processo de desenvolvimento regional:
b)
precisamos, dada nossa função institucional específica, estar
ligados a produção de conhecimentos mais avançados no contexto da
revolução tecno-científico.
Com
relação ao nosso compromisso regional, devemos começar por
conhecer profundamente o nosso meio para alicerçar nossa proposta
estratégica.
Entretanto
alguns elementos para nossa definição já são bastante visíveis.
Nosso Estado com base econômica agropecuária, busca um processo de
industrialização (que precisa ser orientado), obriga importantes
ecossistemas como o Pantanal e o Cerrado e deverá ser, a curto
prazo, ponto de passagem da integração latino-americano (já estão
aí a Hidrovia do Paraguai, a ZPE de Corumbá e o gasoduto da
Bolívia).
Nossa
identidade deverá ser a de uma Universidade que mobiliza o que há
de mais avançado no conhecimento universal, de cuja criação
participa, para ajudar nosso Estado e a nossa região a criar e
distribuir riquezas, afirmar e integrar a nossa cultura e defender o
meio ambiente.
Para
desenvolver a essa vocação responsabilidade, tendo em conta a
necessidade de concentrar e priorizar recursos e esforços, parecem
ser necessários criar e fortalecer 4 grandes programas
institucionais:
a)
PROGRAMA DE ESTUDOS AMBIENTAIS, generalizando (?) o já criado
“Programa de Estudos do Pantanal”, que deverá Ter como objetos
principais de estudo o Pantanal e o Cerrado;
b)
PROGRAMA DE ESTUDOS LATINO-AMERICANOS, já criando;
c)
PROGRAM DE ESTUDOS REGIONAIS, que permitirá aprofundar o
conhecimento da nossa realidade envolvente;
d)
PROGRAMA DE ESTUDO DO FUTURO, que visará continuamente tensionar o
trabalho científico e tecnológico na direção do que existe de
mais avançado, permitindo a formação de especialistas em
planejamento (estratégico) governamental, empresarial, etc.
FAUSTO
MATTO GROSSO
Nenhum comentário:
Postar um comentário