TELEMS E REELEIÇÃO
Deu
no jornal: “ o PMDB quer indicar o futuro presidente (da Telems)
como reconhecimento pela fidelidade ao projeto de reeleição. Atual
presidente tem apoio da Telebrás e do Ministro das Comunicações
que aprovam sua atuação e querem mantê-lo no cargo”.
Este
episódio, relatado pela imprensa, é paradigmático da ética
toma-lá-dá-cá do bloco dominante da política brasileira e
sul-mato-grossense.
Transformadas
em moeda de troca, as estatais e os órgãos públicos são
amesquinhados em suas funções e depois disso ainda são denunciadas
como ineficientes por esses mesmos políticos.
De
tão acostumados com tais práticas, esses políticos não tem nem
rubor nas faces ao reconhecerem publicamente as trocas de seus votos
por nomeações ou verbas para o seu eleitoralismo regional. Os
jornais nacionais estamparam, durante a semana, à exaustão,
diversos casos de troca de votos pró-reeleição, inclusive o da
bancada mato-grossense que, no maior descaramento, afirma já ter
fechado o acordo.
O
atual esforço do Presidente Fernando Henrique pela reeleição tem
levado ao desnudamento ético de certa parcela do tucanato e de sua
base de sustentação. Para uns é o “fins justificam os meios”
tornando contraditório o discurso ético usado pelos tucanos para
sairem do PMDB. Para outros é “dando que se recebe” dos
fisiologistas de sempre.
Situações
como essa é que trazem grande insegurança para a proposta de
reeleição. Se os governantes, para conseguirem aprovar a emenda da
reeleição usam, sem o mínimo escrúpulo, a máquina pública, o
que não serão capazes de fazer quando o processo eleitoral estiver
em curso.
Por
isso sendo aprovada a reeleição mais do que nunca a reforma do
Estado, tão necessária e tão pregada pelo Governo Federal, terá
que incluir uma radical profissionalização no serviço público e
nas estatais. Profissionais de carreira, com experiência e tradição
nas esferas técnicas e administrativas deveriam ser os únicos a ter
acessos a cargos diretivos superiores de natureza técnica ou
administrativa como é o exemplo da diretoria da Telems
Mesmo
ao nível da administração direta, deveriam ser diminuídos, ao
mínimo, os chamados “cargos de confiança”. Um burocracia
independente, estável, profissionalizada e competente e, para evitar
desvios corporativistas, uma administração sujeita a instrumentos
de controle social, pela cidadania..
Esse
tipo de reforma daria muito maior segurança na decisão sobre o
direito a reeleição dos governantes.
Quanto
á Telems, o que será que querem dela certos políticos
sul-mato-grossenses ? Melhores serviços ? Barateamento das tarifas
? Maior eficiência ? Espero que sim, mas de qualquer forma é bom
ficar de olho nos votos desses parlamentares, nas mudanças na
diretoria da Telems, e principalmente na aplicação, centavo por
centavo, dos 100 milhões de reais que a empresa tem para investir
1997.
FAUSTO
MATTO GROSSO
Presidente
Regional do PPS
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