NUMEROLOGIA DE CAMPO GRANDE
A
eficiência e o crescimento econômicos são pré-requisitos
fundamentais para o desenvolvimento sustentável, a conservação
ambiental é seu condicionante, entretanto, a elevação da qualidade
de vida e a equidade social são os objetivos centrais desse estilo
de desenvolvimento.
Nesse
sentido a ação dos Governos e da sociedade deve ter sempre em conta
essa prioridade a ser conferida à esfera do desenvolvimento social.
Esse é um entendimento que hoje faz parte de um consenso mundial,
cada vem mais amplo. O homem deve ser a finalidade do
desenvolvimento.
Assim,
o Brasil assumiu, no âmbito ONU, o Compromisso do Milênio, que
estabelece metas bem definidas de desenvolvimento social, a serem
atingidas até 2015. Essa Instituição, através do seu Programa
das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD – monitora o
país através do cálculo do seu Índice de Desenvolvimento Humano –
IDH.
Esse
índice mede, numa escala de 0 a 1, a combinação das condições de
longevidade, de educação e de renda per capita da população.
O
Brasil atingiu, segundo relatório de 2003, o IDH 0,766, o que o
coloca como um país médio de desenvolvimento. Nesse contexto, Mato
Grosso do Sul ocupa o 7o lugar entre os estados brasileiro, com IDH
0,769 e Campo Grande, no estado, ocupa o 2o lugar com IDH 0,814,
perdendo para Chapadão do Sul com IDH 0,826.
Focando
especificamente nossa Capital, sua posição relativa é muito boa.
Seu IDH 0,814 situa-se ligeiramente acima de 0,800 que é o limite
entre a classificação de médio e de alto desenvolvimento, condição
muito melhor do que a média nacional, porém muitolonge do primeiro
lugar que é ocupado por São Caetano do Sul, com IDH 0,919. Isso
mostra o quanto ainda é possível avançar.
Esse
indicador de qualidade de vida deveria ser a nota do “Provão”
dos administradores municipais. Quanto cada gestão avançou durante
o seu período, deveria ser a medida do sucesso ou do fracasso das
políticas implementadas. Uma medição insuspeita como essa,
conduzida pela ONU e pelo IPEA poderia afastar a população da
propaganda enganosa de falsos sucessos administrativos.
A
próxima administração municipal, ao orientar e priorizar as
políticas públicas, deve observar que o indicador educacional - IDH
0,915 - indica o relativo sucesso da política educacional que deve
ser mantida e aprofundada.
O
indicador de longevidade – medida da expectativa de vida ao nascer
- na nossa capital é de 0,757, ou seja, bem abaixo do IDH global do
município. Aumentar a longevidade da população depende dos
cuidados com a saúde e com a salubridade do local onde habitam e
trabalham as pessoas. Influem também, negativamente, nesse
indicador a violência e os acidentes de trabalho ou de trânsito.
Saúde, saneamento e segurança devem ser prioridades municipais.
Da
mesma forma, o indicador de renda do município é baixíssimo - IDH
0,77 - contribuindo para baixar em muito o indicador de qualidade de
vida no município. Criar oportunidades de trabalho, emprego e renda
deve ser política central da nova administração.
A
combinação de políticas que possibilitem desenvolvimento econômico
com políticas de capacitação torna-se importante missão da
próxima admininstração. É importante, entretanto, combinar a
velha política de atração de grandes industrias, com o
fortalecimento das micro e pequenas empresas, essas sim, grandes
geradoras de emprego e renda. Há que se ficar de olho também nas
mudanças que se operam na economia contemporânea que apontam para o
fortalecimento do setor de serviços modernos.
Igualmente
importante é a articulação das políticas públicas do município
com as das administrações dos municípios vizinhos, todos eles com
IDH bem desnivelados com o de Campo Grande. A futura região
metropolitana da capital, já prevista na Constituição Estadual,
não poderá ter sucesso diante de tamanhos desníveis.
FAUSTO
MATTO GROSSO
Engenheiro
Civil e Professor da UFMS
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