CINCO DEDOS
Durante
este final de semana o PPS esteve apresentando, em panfletagens nas
principais cidades brasileiras, o seu balanço político sobre o
governo FHC.
A
mão inteira espalmada na campanha de 94 revelou-se enganosa e pitôca
dos cinco dedos.
O
"mindinho" da Agricultura foi desmoralizado pelo descrédito
agrícola. Após a safra recorde de 94/95, caiu a área plantada,
caiu a produção agrícola e o país perdeu 4,5 bilhões de reais.
O juro alto sufocou o produtor rural que não consegue pagar as
dívidas, obter financiamentos e ter preços competitivos. Aumentou o
desemprego no campo com a perda de cerca de 1,5 milhão de postos de
trabalho. A falta de uma política agrária estimulou a violência e
o desespero dos excluídos do campo.
O
"seu vizinho" da Segurança foi substituído pela
ampliação da insegurança. Não conseguiu reformar as polícias
militares e civis e teve de enfrentar greves armadas. A
criminalidade cresceu e virou poder paralelo nas grandes cidades. As
rebeliões nos presídios viraram fatos corriqueiros. Prometeu
reformular o Código Penal e captar recursos no exterior para
melhorar o sistema penitenciário. Não fez e não captou um dólar
furado. O cidadão tem hoje mais medo de andar nas ruas.
O
"pai de todos" do Emprego revelou o fracasso maior. Quando
FHC assumiu o governo, em janeiro de 95, a taxa de desemprego era de
4,42 %. Em janeiro deste ano foi de 7,25 % , a mais alta desde o fim
do regime militar. A agricultura e a construção civil reduziram
98,5 mil vagas com carteira assinada nos 3 primeiros anos do governo.
O Brasil tem a maior taxa de juros do mundo, o que está sufocando a
produção: o número de falências e concordatas é a maior da nossa
história.
O
"fura bolo" da Saúde gangrenou. A principal promessa de
FHC era garantir recursos públicos estáveis para a saúde: não
cumpriu. A dengue explodiu, aumentando 4 vezes em 3 anos. As verbas
da saúde, aumentadas com um novo imposto, a CPMF, entraram por uma
porta e saíram por outra, inclusive servindo de "moeda"
para uma barganhas políticas pouco saudáveis. O Sistema de Saúde
Pública no Brasil é um caos. As epidemias estão de volta com
força total: aumentaram os casos de malária, dengue, leptospirose,
tuberculose e sarampo.
O
"mata piolho" da Educação prometeu acabar com o
analfabetismo. Não acabou. Pelas taxas atuais, as metas propostas
só poderão ser alcançadas no século 21. Prometeu garantir vagas
para todas as crianças de 7 a 14 anos: 1,5 milhões de jovens
continuam fora da escola. Prometeu reformular o crédito educativo:
bolsas estão sendo canceladas por falta de recursos. Os professores
universitários, sem reajustes há 3 anos, estão em greve e o
Ministro da Educação se nega a dialogar, submetendo-se à ditadura
consentida da equipe econômica. A universidade brasileira perdeu,
por terrorismo e falta de respeito, um terço de seu professores.
Triste
fim para um político de passado democrático e progressista. Acenou
com a mão e deixou o povo na dita cuja.
FAUSTO
MATTO GROSSO, engenheiro civil e professor. Presidente do PPS/MS -
05/05/98
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