EM DEFESA DA POLÍTICA
Vivemos
hoje no Brasil e no mundo uma grande crise da política. Fosse
simplesmente uma crise política, sua solução seria bem mais fácil,
bastava trocar os políticos e os partidos, substituí-los por novos
nomes e siglas.
Mas
há um claro clamor nas ruas de que a política é uma atividade
desnecessária, os partidos são vistos apenas aparelhos de poder
pessoal ou de pequenos grupos de interesses. “Vocês não
representam” gritam as vozes roucas das ruas e praças. Há um
clamor por mudanças mais profundas, para além da renovação dos
quadros da política.
A
política deve voltar a ocupar aquele lugar de que falava
Aristóteles: a atividade mais nobre do cidadão em qualquer
sociedade, garantindo os objetivos da coletividade e a convivência
daqueles que pensam de forma diferente. Para isso precisamos que os
melhores quadros da sociedade percam os preconceitos e se ofereçam
como oportunidade para a mudança.
No
movimento incessante da sociedade a crise atual da política
representa aquele momento em que o que é velho já morreu e o que é
novo ainda não nasceu. Somente uma nova política pode dar solução
ao esgotamento dos valores decadentes da velha política.
Mas
construir o novo não é tão fácil assim. O novo não nasce de uma
explosão, mas é gestado lentamente pela dinâmica existente no seio
da sociedade. Temos que ajudar nesse parto.
Mas
aí esta colocado o fato concreto das eleições de 2014 em MS. Será
que algum dos lideres colocados na disputa pode representar esse
papel? Sinceramente não sei. Mas é nesse momento que está sendo
construído o futuro imediato da política. É o momento de definir
nomes, chapas, programas, alianças e de se plantar a natureza da
governabilidade que será construída posteriormente, se de amor
comprado ou de respaldo na sociedade.
O
homem é ele e as suas circunstâncias. Não é o líder que faz a
história, mas esta que constrói os líderes necessários. A
história pode impor a esses líderes a responsabilidade de se
ajustar à nova política em todas as esferas da disputa eleitoral.
Cabe aos candidatos já postos fazerem as composições que
signifiquem o sentido da mudança, seja nos cargos vagos da
majoritária seja no espaço das eleições proporcionais.
Cabe
aos quadros de qualidade existentes na sociedade, que representam
esses sentimentos novos, que rompam o preconceito contra a política
e venham também compor o campo da mudança.
Vamos
torcer e ajudar que a política possa seja radicalmente renovada em
Mato Grosso do Sul.
Fausto
Matto Grosso
Engenheiro
e professor da UFMS, aposentado
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