75 ANOS DE HISTÓRIA
Não
sei se por desinformação, ou por intenção malévola, alguns
órgãos de imprensa têm se referido aos quadros do PPS como
“ex-comunistas”. Ex-comunistas, uma ova !
Não
somos daquela gente que pede que esqueçamos o que escreveu. Para
nós isto seria até impossível porque, como diz o poeta Ferreira
Gullar, nossa história, em muito, coincide com a história das lutas
do povo brasileiro.
Se
a mídia precisa simplificar nossa essência em uma única palavra,
que nos chame então de pós e não de ex. Esta é a verdadeira
situação do PPS.
O
surgimento do PPS não significou à negação do PCB, mas sim a sua
superação dialética.
A
crise de civilização, dentro da qual se inscreve tanto a crise do
socialismo real como a da social-democracia e do próprio
capitalismo, nos impôs a busca de instrumentos mais adequados ao
salto civilizatório que estamos vivendo.
O
PPS, nesse sentido, representa continuidade e ruptura.
Por
definição estatutária, somos herdeiros diretos do PCB e do seu
patrimônio histórico-político. Temos o maior orgulho de carregar
o que o sociólogo Werneck Vianna chama de “o baú” do Partidão.
Temos sastisfação de sermos reconhecidos como a grande escola de
quadros da sociedade brasileira, que deixaram marcas nas lutas
sociais, na cultura e na política.
Mas
ao mesmo tempo somos parte de um processo de reordenamento da
esquerda, pois incorporamos várias outras correntes progressistas,
socialistas, sociais-democratas, humanistas e ecológicas, de origem
política e filosófica diversa da tradição pecebista. Somos hoje
um partido com programa mas com composição e concepção
pluralista, que busca reinventar o socialismo e o humanismo para as
condições da pós-modernidade, partindo do insubstituível ideal
ético da solidariedade, que sempre orientou nossas lutas. Este é o
sentido da nossa praxis tranformadora na política brasileira.
O
PCB nasceu como instrumento de luta política e acabou marcando a
história do Brasil. Mudamos de nome e renovamos nossas concepções
para continuarmos fazendo política e, se possível, história.
Se
o velho PCB, nos seus primórdios, pensava a revolução como um
momento de insurreição, nós do PPS não nos julgamos menos
revolucionários, ao encará-la como processual e como exercício da
radicalidade democrática. Pretendemos ser um pólo de aglutinação
da esquerda democrática do País.
Neste
25 de março nossa aventura completará 75 anos, ¾ de século.
Queremos continuar o sonho do jornalista Astrogildo, do contador
Cordeiro, do gráfico Pimenta, do sapateiro José Elias, do
vassoureiro Luís Peres, dos alfaiates Cendon e Barbosa, do
ferroviário Hemogênio e do barbeiro
Nequete.
Aqui
entre nós também sonham ou sonharam esse sonho o médico Alberto
Neder, os contadores Sá Carvalho e Arthur de Barros, os operários
Ezequiel e Vitorino, os engenheiros Euclydes e Diomédes, o
carroceiro Granja, os encanadores da família Bissoli, os professores
Itamar e Ênio Cabral, os advogados Brandão e Amorésio, os
jornalistas Vasconcelos e Rádio Maia e tantos outros matogrossenses
ilustres e respeitados.
A
inúmeras fichas de filiação, abonadas neste fim de semana pelo
Senador Roberto Freire, representam a continuidade dessa história e
desse sonho.
Sonho
com um País onde todos comem, onde todos moram, onde todos vivem e
não apenas sobrevivem.
FAUSTO
MATTO GROSSO
Presidente
do PPS/MS
Nenhum comentário:
Postar um comentário